Turismo e meios de hospedagem buscam condições e pleitos para superar cenário atual

Pandemia do novo Coronavírus afetou drasticamente a atuação e rotina dos setores

As atividades turísticas no Brasil sofreram uma grande queda neste ano em virtude das medidas restritivas de distanciamento social e pela crise econômica provocada pelo Covid-19.  Essa crise agrava a situação de diversos segmentos econômicos e o setor de turismo é um dos mais afetados. Diante desses fatores empresários hoteleiros buscam alternativas para continuar suas atividades, manter os empregos, porém a situação desse setor é ainda muito preocupante, visto que as ocupações ainda estão reduzidas.

Nos meses de março e abril uma média de 50% dos meios de hospedagem optou em fechar, mas hoje mesmo com as dificuldades, a maioria voltou a operar.De acordo com o presidente do Sindicato de Hotéis e Meios de Hospedagem do Estado do Espírito Santo (Sindihotéis),Attila Miranda Barbosa, atualmente o cenário das ocupações na Grande Vitória ainda é baixo, principalmente quando comparados ao mesmo período do ano anterior que foi em torno de 73%.

Hoje o setor de meios de hospedagem opera com uma média de 20% a 25% na Grande Vitória, sendo que o esperado para o período era 65% a 70%. Já nas regiões Sul, Norte e Serrana os números são ainda mais baixos e a média de ocupação está em torno de 7% a 10%.

Com isso as perdas do setor de meios de hospedagem chegam a 90%, visto que além das diárias que diminuíram consideravelmente, eventos também foram cancelados no estado.

Ainda segundo Barbosa, para esse período o “carro chefe” no Espírito Santo era o turismo de negócios, com picos de turismo de lazer. E como muitas empresas adotaram o sistema de home office, reuniões virtuais, e com as restrições de voos tanto nacionais como internacionais, esses fatores influenciaram muito no cenário atual do segmento. Já o turismo de lazer é inexpressível, com procura ainda bem retraída apenas nos finais de semana.

O turismo movimenta mais de 50 segmentos da economia e é sinônimo de sustentabilidade e de oportunidades descentralizadas. Com a pandemia, o turismo capixaba acumulou perdas de 1,39bilhões até maio, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).  E diante desses cinco meses, 40,6% das empresas do setor a nível Brasil tiveram que fechar as portas até agora, de acordo com a Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA).

No Espírito Santo o turismo era responsável pela geração de aproximadamente sessenta mil empregos diretos e indiretos. Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o acumulado do saldo líquido entre admissões e demissões, de janeiro a junho totalizam -12.399 postos de trabalhos do setor de Serviços.

Esses profissionais representam cerca de 40% dos requerentes de seguro-desemprego na primeira quinzena do mês de julho deste ano, conforme dados do Boletim Covid-19 Seguro-desemprego Espírito Santo (nº 06), do Instituto Jones dos Santos Neves.

Medidas adotadas

Os meios de hospedagem no estado continuam por segurança, operando com demanda reduzida de oferta de quartos, proporcionando assim maior distanciamento entre seus hóspedes.

Contudo, o Sindihotéis ratifica que todo meio de hospedagem tem como prática um rigoroso padrão de higienização e que paralelo a essas medidas habitualmente cumpridas, com a pandemia, também adotaram outros procedimentos específicos para evitar a disseminação e contaminação pelo Covid-19, todas as práticas são baseadas nas orientações da OMS, Ministério da Saúde, da Anvisa e Secretaria de Saúde Estadual e Municipal, tudo para garantir a seu hóspede a máxima segurança. Essas práticas representam um aumento de custos com higienização em torno de 30%.

Barbosa, afirma que dentre as instruções estão: cuidados para limpeza e desinfecção de ambientes individuais, coletivos, de bagagem dos hóspedes; lavagem de roupas de cama, banho e pessoal; climatização de ambientes; distanciamento seguro, uso de máscaras e coleta de resíduos sólidos.

Outras práticas de prevenção como aferição diária de temperatura de funcionários também foram adotadas. Objetos decorativos como almofadas e até mesmo revistas e jornais tão comuns nas recepções dos meios de hospedagem, foram temporariamente retirados como medida preventiva.

A desinfecção de materiais de trabalho, maçanetas, corrimões, barra de abertura de portas, painel e botões de elevadores, interruptores, válvulas de descarga, mesas e cadeiras, por exemplo, são feitas periodicamente e várias vezes durante o funcionamento da unidade hoteleira.

Barbosa, diz que o cenário ainda é de incertezas para o segmento no que se refere a normalidade das ocupações, a expectativa é que vai acontecer de forma mais lenta a retomada do turismo e a hospedagem regional pode ser um pouco mais rápida e que os meios de hospedagem estão todos muito bem preparados e seguros para receber seus hóspedes.

O Sindihotéis e FBHA continuam juntos em constantes debates afim de buscar soluções pertinentes e favoráveis ao segmento, através de pleitos com governo estadual e federal, para que minimizem os impactos negativos causados pela pandemia e o crítico cenário do turismo e dos meios de hospedagem.

Imagem: Mrsiraphol – Freepik Banco de Imagem

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